De saber o que significa
Ah, sentir borboletas na barriga, ouvir os anjos cantando, sentir-se flutuando... Não é preciso ir muito longe para associar tal descrição ao amor. Parafraseando Cecília Meireles, poderia se dizer que o amor é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda. Será?
A verdade é que, se eu precisasse citar algo incompreendido, eu citaria o amor. Citaria ainda outras coisas como a liberdade, a felicidade... Mas isso é assunto para outra hora. Afinal, agora estão todos pensando que, na verdade, eu estou errada. O amor nunca esteve tão em voga. Fala-se de amor até a exaustão, nas mais diferentes áreas: amor próprio, amor livre, amor pelos animais, amor romântico... É aí que, justamente, está o problema. Fala-se muito, vive-se pouco, compreende-se menos ainda.
Para a grande maioria, amor é quando sentimos algo muito forte por outra pessoa, uma atração tão irresistível que nos faz querer ficar perto o tempo inteiro. Para outros, amor é liberdade, satisfação e assim por diante. Isso tudo, porém, não passa de uma triste caricatura do que é tão nobre sentimento.
Caso algum ser queira, de verdade, compreender o que é o amor, basta olhar para a Cruz. É lá que são sanadas todas as dúvidas e é de lá que brotam as mais belas certezas. Através da Cruz, aprendemos que, para amar, é preciso sofrer. Não um sofrimento inútil, sem razão de ser, mas um sofrimento frutífero. São as dores de Cristo que nos sustentam até hoje, assim como as dores de um casal sustentam seu relacionamento.
Amar não é viver um mar de rosas, um conto de fadas. Amar é aprender a ceder no que for necessário, aprender a humildade de reconhecer seus próprios erros. É sacrificar-se para que o outro possa viver. Em resumo, é morrer para mim, buscando a vida do outro.
Se o exemplo da Cruz é muito distante, basta analisar os casamentos duradouros que, hoje em dia, parecem uma utopia. O segredo de todos eles é, com certeza, a doação. É a esposa que se doa pelo marido e pelos filhos, o marido que abre mão de muitos prazeres para sustentar sua família, o casal que para de sonhar isoladamente e começa a sonhar junto. É abdicar de projetos pessoais para realizar os projetos do outro. É derramar lágrimas enquanto debulha as contas do Rosário, implorando a intercessão do Céu. É saber que, na verdade, o que realmente importa não é uma vida de luxo, mas uma vida segura, estável, sustentada pela oração.
Isso, por si só, já é lindo o suficiente. Chega de romantizar e caricaturar o amor. Chega de deturpar seu significado buscando transformá-lo em egoísmo. O amor é doação da própria vida, morrer para si e viver para o próximo.
Grande abraço, Deus abençoe!
Aline.
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