Do "Mas como?"
Nos últimos tempos, identificou-se a epidemia do "Mas como?" entre as pessoas do mundo. Sim, é algo mundial e que, conforme o tempo passa, tende a se alastrar de maneira mais rápida. Estejam atentos para não se contaminarem.
Comecei a perceber esse fenômeno ao falar da minha rotina. Trabalho, estudo, catequese, grupo de jovens, compromissos diocesanos, família, vida espiritual (aguardem, vem mais sobre isso), amigos e vida social. O primeiro sintoma é sempre "Mas como você acha tempo para tudo isso?". Depois disso, se começar a falar mais sobre você, sua vida e afins, detectará as pessoas infectadas.
Você, tentando responder a primeira pergunta, vai explicando... "Bem, eu sou católico, participo de um grupo de jovens e somos bem ativos. Rezamos, cantamos, fazemos ações na comunidade..." Se não for interrompido aí, parabéns. Mas aposto que o interlocutor está com olhos DESSE tamanho. "Mas como assim, você é católico?" ou "Mas como assim? Você acredita em Deus?" E aí por diante.
O caso fica realmente grave quando surgem as perguntas mais "cabeludas": "Mas como, viver a castidade? Eles te obrigaram, não é?", "Mas como assim, você gosta mesmo de rezar e ler a Bíblia?", "Mas como assim você não apoia o aborto (mais conhecido como assassinato de crianças indefesas antes que elas possam nascer)?" e assim por diante. No fim das contas, será um milagre se não estiver enterrado sob várias e várias camadas de "Mas como...?".
É assim com a maioria dos jovens que resolveram nadar contra a corrente e fugir daquilo que é propagado e aceito sem o menor raciocínio. Sejam eles católicos ou não, em algum momento da vida se depararão com pessoas que os bombardearão com várias perguntas (às vezes não tão simpáticas) sobre a Fé, a vida que levam, os caminhos pelos quais se decidiram.
A boa notícia é que esse caso pode ser revertido. O melhor tratamento, como não poderia deixar de ser, é a caridade. É demonstrar, através do exemplo, do testemunho, da convivência diária, que você não é um alienígena. É escancarar para o mundo, de forma delicada e (muitas vezes) silenciosa, que há um outro modo de viver.
Busque uma sincera amizade, fale do que você vive, do que acredita e, quando surgirem as perguntas, responda-as sem medo da Verdade. Como nos diz São Pedro, "estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês. (1 Pedro 3, 15)". Conquiste e convença através da sua vida, da imagem de Cristo que você é para os outros. Porém lembre-se: palavras comovem, exemplos arrastam. Não adianta nada só falar e falar. É extremamente necessário viver o que fala.
Se seguirmos o tratamento à risca, dentro de pouco tempo, a epidemia acabará e, com a graça de Deus, surgirá outra. Será a "Mas como eu ainda não busco o Céu?", seguida de um movimento intenso rumo à Santidade. E o Céu estará em festa.
Que Deus nos ajude e nos dê forças.
Grande abraço,
Aline.
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