Dos tapas que eu recebi (e quero partilhar)

Há alguns dias, ando muito irritadiça. Qualquer coisinha basta para me tirar do sério, me fazer distribuir patadas gratuitamente (Já falamos sobre isso aqui, só dar uma olhada ;)). Da máquina de costura sem linha às pequenas exortações da minha família, tudo colabora para uma TPM eterna e sem cabimento.
sair distribuindo grosserias por aí (mas será que isso é legal?

Preocupada com essa situação anormal, comecei a rezar para entender o que estava acontecendo. Me ajoelhei e, assim que disse "O que está acontecendo comigo, Jesus?", as lágrimas vieram. Foi como se Ele me mostrasse um filme no qual eu visse todas as minhas atitudes erradas e dissesse: "É isso que está acontecendo, minha querida. Você se afastou de mim e, sem tua autorização, eu não pude fazer nada." Não preciso nem dizer que essa oração foi um tremendo tapa na minha cara. 

Depois daquele momento, eu compreendi o que realmente era a irritação que me consumia: eu não estava mais em estado de graça. Por ter relaxado na oração, esquecido da Bíblia e deixando meu plano de vida de férias, comecei a me comportar como uma pessoa que não ama Jesus. "Aaaah, isso e muito radical! Claro que eu amo Jesus! Não preciso dessas convenções e imposições pra amar mais ou menos!" me dirá alguém. Será?

Pensa comigo... Mas pensa bem... No teu crush, na tua paixão, no amor da tua vida. Tu não pensa nessa pessoa mais tempo do que seria necessário? Teu celular não vive apitando com mensagens fofinhas, emojis ou algum sinal de vida do dito ou da dita? Durante o dia, tu não te pega olhando para as coisas e pensando em como o chuchuzinho da tua vida reagiria àquilo? CLARO QUE SIM! Agora, continua aqui. Quando vocês não estão juntos, não dá uma saudade enorme, que aperta o coração? Não bate aquela vontade de passar o resto da vida juntos, sem que nada nem ninguém atrapalhe? Óbvio que sim. 

E esse amor todo, essa vontade toda de demonstrar o sentimento de vocês é uma imposição? Uma convenção? Não, né? Tudo isso é próprio de quem ama. É natural demonstrar o amor que sentimos pelas pessoas. Com o Filho de Deus é a mesmíssima coisa. Na verdade, deveria ser até mais.

Afinal, Ele se fez pequeno e assumiu nossas misérias. Ele, o Rei, veio ao mundo e se igualou a nós, para nos salvar. Poderia, simplesmente, ter escolhido um modo mais fácil de nos redimir, mas escolheu o que mais combina com Deus: a doação total de Si. Cristo deu todo o Seu sangue, toda a Sua vida, por nós. E, a cada Santa Missa, atualiza esse sacrifício e Se entrega a nós através da Eucaristia.

E nós aqui, bancando os retardados, não querendo retribuir tudo isso com o mínimo. Achando que a oração é uma imposição opressora. Ah, façamo-nos o favor! Tudo o que pudermos encontrar para servir de desculpa para não amar com todo o amor do nosso coração será apenas isso: simples desculpa.

Deus é infinitamente bom e conhece nossas misérias, nossas dificuldades. Ele sabe que é difícil e que o pecado ainda está muito entranhado em nós. Mas Ele sabe que temos algo para dar, o melhor de nós, mesmo que seja pouco. Porém, se não entregarmos nem o que há de miserável, como poderemos querer que Ele nos entregue o Seu amor? 

Então, meus queridos, espero que vocês, assim como eu, queiram sair desse estado tíbio e egoísta, para correr de encontro ao imenso amor de Deus. Mesmo com todas as nossas misérias e fraquezas, sejamos corajosos e entreguemos nosso coração àquele que tanto nos ama, Jesus Cristo. 

Deus nos ajude e a Virgem Santíssima seja nosso refúgio!

Abraços, 
Aline.

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